A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) foi apontada como a melhor universidade do país de acordo com o IGC (Índice Geral de Cursos da Instituição), novo indicador usado pelo MEC (Ministério da Educação) para determinar a qualidade de instituições de ensino superior.
A universidade teve nota 439 (em uma escala de zero a 500). Há duas semanas, o reitor Ulysses Fagundes Neto e a cúpula da universidade renunciaram após denúncias de irregularidades nos gastos do reitor em viagens. Faculdades privadas, porém, ficaram com nota superior a da Unifesp --como a Escola Brasileira de Economia e Finanças (RJ) que teve nota 483, a Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (RJ), teve nota 467, e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, com nota 458.
Segundo o ministro Fernando Haddad (Educação) a USP (Universidade de São Paulo) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) não participaram da avaliação porque as instituições públicas estaduais não são obrigadas a participar.
"Eu lamento porque daria mais solidez para esse sistema. Tenho certeza de que essas instituições teriam um ótimo desempenho", afirmou.
De acordo com o resultado, apenas 5,3% das instituições públicas e 0,7% das privadas alcançaram a nota máxima (5). Ficaram com a nota 4 outros 30,2% das instituições públicas e 4,2% das privadas e com a nota 3 43,8% das públicas e 46,6% das privadas.
Abaixo desta nota, o ministério avalia que as instituições apresentam problemas. Levaram nota 2 10,7% das universidades, centros universitários e faculdades públicas e 25,6% das privadas. Nenhuma instituição pública ficou com nota 1 e 0,5% das privadas ficaram com a menor nota. De todas as instituições cadastradas no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), 32,2% não foram avaliadas.
"Em todos os Estados é notável a presença da federal como uma espécie de padrão, referência regional", comentou o ministro.
Segundo Haddad, o novo indicador servirá, além de auxiliar estudantes na escolha de sua universidade, como parâmetro para visitas de técnicos do ministério que poderão, no limite, descredenciar universidades com notas baixas.
"O índice é um orientador da avaliação in loco. São instituições que exigem mais atenção do Ministério da Educação", afirmou.
Mais de 500 instituições tiraram nota entre 1 e 2. Segundo o ministro, a única universidade pública que teve nota 2 foi a UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).
"Ela foi emancipada recentemente da Universidade da Bahia. Vamos ser obrigados a investir mais nela", disse.
O ministro disse ainda que, como o indicador leva em consideração o número de alunos matriculado em cada curso, as instituições tentarão focar nos cursos em que se saem melhor.
Índice
O IGC foi criado para, em um só indicador, medir a qualidade dos cursos de graduação, mestrado e doutorado. Para a graduação, é utilizado o CPC (Conceito Preliminar de Curso), baseado, entre outros dados, no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), do Censo da Educação Superior e na infra-estrutura, corpo docente e programa pedagógico.
A avaliação dos programas de pós-graduação é feita pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior), que acompanha anualmente o desempenho dos programas. A média dos conceitos do IDC é ponderada pela distribuição dos alunos entre a graduação, mestrado e doutorado.
Fonte: Folha