Empreendedorismo

Como um motorista se tornou empresário no ramo de lava-rápido ainda na fundação de Palmas

Em comemoração ao aniversário da Palmas, confira a história de um dos pioneiros da capital

Redação noVitrine/ Keven Lopes


Primeiro lava-rápido de Palmas. Foto: Arquivo Pessoal/ Henrique Fragata

Em 1990, o fluminense Henrique Lázaro Lopes Cardoso resolveu se aventurar na mais nova capital do Tocantins. O pioneiro, hoje conhecido como Henrique Fragata, é administrador de empresas e proprietário do grupo Fragata Lavajato. Em comemoração ao aniversário de Palmas, o empresário conta como foi sua jornada na época da fundação e o início do negócio na cidade.

Antes de desbravar Palmas, Henrique vivia em Cabo Frio, município situado na Região dos Lagos do estado do Rio de Janeiro. Na época, estavam em pauta as discussões para o desmembramento do norte do Goiás e em 1988, com todo esforço do movimento separatista, foi aprovada a criação do Estado do Tocantins. Em seguida, veio a disputa para a escolha da nova capital.

Conforme previsto na Constituição Federal, o governo tocantinense deveria se instalar em uma capital provisória (Miracema) até a escolha definitiva. Os estudos para a determinação do local para a capital levaram em conta os municípios de Araguaína, no norte do Estado, e Gurupi, no sul. Porém, as opções foram descartadas, após análises de que outras localidades fora do novo estado poderiam influenciar a possível capital.

O então governador Siqueira Campos identificou uma área geopolítica mais favorável à construção da capital. O relatório, que envolvia aspectos de topografia, hidrografia, paisagem, disponibilidade de infraestrutura, entre outros, definiu quatro áreas com potencial para implantar uma cidade do porte de capital de Estado. Duas delas situavam-se à margem esquerda e outras duas, à margem direita do Rio Tocantins.

Em 5 de outubro de 1989, a Constituição Estadual definiu Palmas como a capital do Estado. Foi decidido a criação da cidade na faixa de terra situada entre a margem direita do Rio Tocantins e a Serra do Lajeado, próximo ao antigo povoado de Canela, no município de Taquaruçu do Porto, que se tornou parte do município de Palmas.

A pedra fundamental de construção da cidade foi lançada em 20 de maio de 1989. Em 1º de janeiro de 1990 houve a transferência da capital de Miracema do Tocantins para Palmas. Pouco tempo mais tarde, Henrique Fragata chega na cidade na companhia de seu sogro, Pedro, e do cunhado, Fernando.


Palmas em 1990. Foto: Arquivo Pessoal/ Henrique Fragata 

“Eu cheguei em Palmas no dia 25 de agosto de 1990. Eu fui convidado pelo meu cunhado Fernando, que morava em Rondônia, para conhecer a cidade”, conta Henrique.

Henrique relata que seu cunhado era empresário e pretendia comprar terras na mais nova cidade do Brasil, e Henrique era seu motorista e diretor financeiro. A ideia de Fernando era construir uma usina de açúcar, mas o negócio veio à falência. Foi quando Henrique resolveu construir seu próprio empreendimento. “Com o tempo eu tive que dar um jeito na minha vida. Pensei: eu não posso mais ficar dependendo deles", relata.

Ele vivia sob um pequizeiro e depois que decidiu seguir sem depender de seus familiares, Henrique construiu o primeiro lava-rápido de Palmas. “No mês de abril eu comecei a montar o laja-jato. Em abril e maio eu já estava lavando carro, mas, oficialmente, através de documento, CNPJ, nossa empresa só foi inaugurada no dia 25 de junho de 1991”, relembra.


“E de lá para cá nunca paramos”, diz.



O primeiro lava-rápido do grupo Fragata ficava localizado no final da avenida JK, antiga ASR SE-15, hoje 112 sul, saída para Miracema. Com três anos de aluguel, Henrique se mudou para a 101 norte, onde fica situada a empresa desde 1994.



Fragata Lavajato. Foto: Arquivo Pessoal/ Henrique Fragata 

Com o crescimento de Palmas, começou a expansão em filiais. “Hoje nós somos um grupo representado pela Fragata Lavajato e o Regata ducha-car, onde meu filho me ajuda a administrar essa empresa”, ressalta.

Henrique Fragata conta que sua vida foi bastante aventureira na cidade e, para ele, como pioneiro da capital, “é muito gratificante estar comemorando os 32 anos de Palmas”, encerra.
 


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