Uma pesquisa feita com 750 professores de Belo Horizonte, em Minas Gerais, constatou que 74% dos professores já sofreram algum tipo de agressão na escola. E a violência tem impactos na saúde dos docentes: metade dos entrevistados mostrou risco de ter algum tipo de transtorno mental.
Professores afastados da sala de aula por motivos de saúde e o ambiente de agressividade são fatores que prejudicam principalmente os alunos. “Quem tem medo, tem muita dificuldade de aprender. Trabalhando num ambiente de insegurança, de coação e de opressão, as dificuldades só aumentam”, afirma Maristela Abreu, diretora do sindicato dos funcionários da educação do Rio.
Nas escolas públicas e particulares, muitos professores vivem uma rotina desgastante de ameaças. “Já fui empurrada, já levei soco nas costas, já jogaram coisas em cima de mim. O meu carro é destruído toda hora. Eu recebo ameaças verbais que são concretizadas”, desabafa uma professora que não quer se identificar.
A impunidade torna este quadro ainda mais grave. Os responsáveis pelas escolas, quando tentam resolver um conflito, costumam sugerir a transferência do professor. “A alternativa que se dá a é a transferência dos profissionais da escola, ou então eles simplesmente mascararam a situação, como se nada tivesse acontecendo”, diz Maristela.
“O correto seria a gente fazer uma denúncia, mas e aí? Vou ter que continuar freqüentando a escola. A relação que esses alunos têm na comunidade são relações perigosas, e eu fico refém da situação", diz outra professora.
Fonte: G1