Esportes

No último minuto do segundo tempo

Por Elvio Marques

O Brasil foi escolhido como sede da Copa Mundial de 2014. O país do futebol escolheu 12 cidades sede para a copa. Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo foram as cidades escolhidas.

Belíssimas cidades, com capacidade para um dos maiores eventos do mundo. Mas, com uma baixa infraestrutura para receber a copa. E o Brasil, hoje, está com uma “bomba relógio”. Menos de três anos e: estádios, ginásios, infraestrutura atrasados e ainda podemos acrescentar os aeroportos sem condições para receber turistas.

O Brasil têm seus méritos por ser escolhido sede da Copa Mundial de 2014, isso é fato. O verde e o amarelo estampados nos rostos de milhares de brasileiros, mostram a garra quando o requisito é futebol. Basta o hino nacional brasileiro tocar, a bandeira do Brasil ser erguida e a seleção brasileira entrar em campo que é possível reconhecer o Brasil como “o país do futebol”.

Sediar uma Copa significa dar oportunidade ao país de atrair bilhões e bilhões de dólares em investimentos para seu desenvolvimento e de construir uma infraestrutura que ficará por muitos e muitos anos no país. No entanto, o Brasil parece não está aproveitando esta oportunidade.
Sendo bem especifico, em outubro de 2007 o Brasil foi confirmado como sede da Copa de 2014.

Se contarmos de 2007 a 2014, temos oito anos. Nunca na história das Copas um país tinha sido escolhido com tanta antecedência. E mesmo assim com tanto tempo, o que vemos são apenas atrasos e atrasos. Os estádios das 12 cidades sede da copa estão longe de ficarem prontos. São Paulo por exemplo, que iria sediar a copa das confederações em 2013 foi excluída das cinco cidades para o evento, por falta de estrutura. E se não bastasse isso, as obras para a construção do estádio em Itaquera em São Paulo ainda não saíram do papel, e o valor do projeto é de R$ 335 milhões. E acredite, com tanto atraso querem fazer a abertura no mundial.

No Rio de Janeiro, a reforma do Maracanã pulou de R$ 705 milhões para mais de R$ 1 milhão. Devorando dinheiro Rio? Infelizmente não são exclusivos na “devoração do dinheiro”. O TCU ( Tribunal de Contas da União) identificou ao menos em 8 estádios da copa problemas como sobrepreço, falhas na elaboração dos projetos e suspeita de irregularidades nos contratos. Na Arena Amazônia, em Manaus o sobrepreço varia entre R$ 71,2 milhões e R$ 85 milhões. Sem esquecer das obras de Natal, que preocupam tanto quanto São Paulo. Na verdade, todas as cidades, hoje, são preocupantes.

Os aeroportos são outra preocupação. Atualmente operam com níveis bastante superiores ao limite máximo. Posso explicar: Congonhas em São Paulo por exemplo, tem capacidade de atender a 24 operações de pouso ou decolagem simultâneas, mas registra demanda de 34 operações. À beira do “colapso operacional” de um “apagão logístico”. É como um gol contra, ruim para quem faz e para quem recebe.

O que está em jogo não é apenas futebol, mas uma nação. O governo federal afirma que a maioria dos estádios já está com as obras dos anéis das arquibancadas ou rampas de acesso iniciadas. Obras bem adiantadas, não acha? Acredito que não. Talvez a bola comece a rolar no último minuto do segundo tempo. Como diziam, brasileiro sempre deixa tudo para última hora.

Mas, quem sabe o Brasil não venha a fazer um gol no último minuto do segundo tempo. E conseguir, assim, concluir o prometido.

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