Do MEC
A presidente da República, Dilma Rousseff, assinou, na manhã desta terça-feira, 13, no Palácio do Planalto, decreto que regulamenta o Programa Ciências sem Fronteiras e lançou os editais para concessão de 13 mil bolsas de estudos no exterior. O programa dará prioridade a estudos ligados às ciências básicas (matemática, física, química e biologia), engenharias e cursos tecnológicos. Serão concedidas mais de 100 mil bolsas de estudo no exterior até 2015. A cerimônia contou com a presença dos ministros da Educação, Fernando Haddad; da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, e da Casa Civil, Gleisi Hoffman.
O Ciência sem Fronteiras é resultado da ação conjunta dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação para desenvolver a ciência e a tecnologia no Brasil por meio do intercâmbio de estudantes de graduação e de pós-graduação e da mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores. Serão oferecidas aproximadamente 75 mil bolsas pelo poder público e cerca de 26 mil em parceria com instituições particulares, nas modalidades graduação-sanduíche, educação profissional e tecnológica e pós-graduação (doutorado-sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado) nos próximos quatro anos.
O ministro Fernando Haddad destacou que o programa pretende oferecer oportunidades a estudantes de todas as classes. O critério para a seleção será o do mérito acadêmico. “Um dos índices que vamos monitorar e acompanhar é se esse programa está atingindo todas as classes sociais”, disse. “Não queremos fazer como se fazia no Brasil do Império e da República Velha, quando apenas os jovens da elite brasileira eram mandados para a Europa e Estados Unidos.”
Segundo Haddad, o país agora pretende dar oportunidade aos jovens da elite intelectual, sejam pobres ou ricos. “Os que mais merecerem esse benefício do governo é que vão, depois, voltar e ajudar no desenvolvimento do nosso país.”
Para assegurar que todos tenham oportunidades no programa Ciência sem Fronteiras, serão ministrados cursos intensivos e regulares de língua estrangeira, além de um período de seis a oito meses de estudo do idioma antes do início do curso no país que receberá o estudante.
Para Haddad, o impulso proporcionado pelo Ciência sem Fronteiras, tanto na graduação quanto na pós-graduação, permitirá a internacionalização da ciência brasileira. “Essa meta de superar 100 mil bolsistas nos próximos anos não tem paralelo na história do Brasil e vai permitir uma atualização da nossa ciência que não tivemos a oportunidade de ver até agora” salientou. “Nosso desenvolvimento depende dessa parceria e dessa interação com a economia globalizada, na era do conhecimento.”
Os primeiros 1,5 mil beneficiados pelo programa embarcam em janeiro para iniciar os cursos nos Estados Unidos.