Tecnologia

Robô tocantinense será apresentado em feira de São Paulo

Dois alunos da rede estadual de ensino desafiaram obstáculos, venceram desafios e construíram um robô que poderá auxiliar bombeiros e brigadistas a localizar vítimas em incêndios ou chegar a locais de difícil acesso. Os criadores são Weverson Ferreira, 16 anos, e Rafael Silva Motta, 15 anos, alunos do Centro de Ensino Médio Castro Alves, em Palmas.

A idéia começou quando os alunos assistiram pela TV o anúncio da 10ª Febrace – Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, chamando os jovens brasileiros a expressar suas idéias e apostar no seu talento.

Weverson e Rafael integram um grupo de 743 jovens que irão apresentar seus trabalhos na Febrace, evento de iniciação científica que será realizado de 13 a 15 de março nas dependências da Polis/USP - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

A Febrace é a maior feira brasileira de Ciências e Engenharia do País. Este ano, foram escritos 1.505 trabalhos e desses apenas 324 projetos serão apresentados.

Os alunos que se destacarem com seus projetos receberão medalhas, bolsas de iniciação científica do CNPq e certificados de estágio, entre outros prêmios. Durante a Febrace, nove estudantes serão escolhidos para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel, que em 2012 será realizada em Pittsburg, nos Estados Unidos, no período de 13 a 18 de maio.

Um autodidata
Weverson é um jovem inquieto e tímido que desde menino falava em ser da área da neurociência. Tem a seu favor a internet, foi pesquisando e conversando com o seu melhor amigo, o Rafael, e a partir de uma idéia nasceu o robô brigadista. O protótipo está na fase alfa, como explica Rafael.

Com a orientação dos professores de Física, Biologia e Química e com o apoio financeiro da escola e da Secretaria da Educação do Tocantins, os estudantes investiram cerca de R$ 1.500,00 no projeto. Para se chegar a um robô os alunos tiveram que aprender a construir o painel de controle, circuito decodificador de sinal e direção, entre outros acessórios. Há uma câmara digital acoplada para identificar possíveis vítimas.

“Nós pensamos no desenvolvimento de um robô para ajudar os profissionais em casos de incêndios em matas fechadas. Para isso, precisamos estudar muito e optar por materiais reciclados para baratear os custos”, frisou Rafael.

“É de admirar a iniciativa desses alunos. O Brasil é um país que não se investe em produção científica, por causa da renda das famílias, já que não sobra dinheiro para comprar peças para se brincar com tecnologia”, contou o professor de Física, Daniel Bubolz. Weverson é filho de Antônio Andrade, pedreiro, e de Miriam Ferreira Brito Andrade, que trabalha em um posto de saúde. Já os pais de Rafael são Inácio Teixeira da Silva, fiscal da Vigilância Sanitária, e Ivoneide Pereira Motta, funcionária de uma escola. Todos eles apoiam seus filhos e investem em sua criatividade.

“Ainda criança, ele me pediu para comprar um ferro de solda e daí em diante nunca mais parou de brincar com tecnologia. Tenho orgulho do meu filho e como seria bom se todos os alunos tivessem esta oportunidade de viajar, de participar de uma feira nacional de ciência e buscar o conhecimento”, explicou Miriam, mãe de Weverson.

Somente o fato de ter um projeto apresentado na Febrace já é uma conquista para os estudantes que, a partir da experiência, terão novas oportunidades de estudos e de pesquisas.

Outros projetos
Os projetos “Produção de Hortaliças com Reaproveitamento de Garrafas Pets”, também do CEM Castro Alves, e “Fisioterapia ao Alcance de Todos”, do Colegio Estadual Dom Alano Marie Du Noday, também estarão na disputa da Febrace 2012. ( Com informações da Secom-TO)

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