“A perseguição ou o longo caminho que vai de Zero a Ene” é o nome do espetáculo, encenado por Karla Pollyanna e Tales Monteiro com estreia prevista para os dias 2 e 3 de junho no teatro do Sesc. A montagem do texto foi possível por meio do prêmio Arnaud Rodrigues, disponibilizado em Edital pela Secretaria Estadual de Cultura e conta com o apoio da Fundação Cultural de Palmas (FCP), que disponibilizou a infraestrutura necessária para os ensaios dos artistas.
Após estreia, a peça segue com apresentações nos dias 7 e 8 no Canto das Artes, em Taquaruçu e no dia 24, em Gurupi.
Sinópse
Zero é o perseguidor. Ene, o perseguido. Zero busca retomar o que perdeu, Ene equidista-se. Desejam se tornar visíveis aos outros, serem como os outros, existirem. Qual o método que lhes dará captação? A ciência? A arte? A religião? Será necessária a antropomorfização... Então vamos! Procure imaginar ou intuir, um jogo entre dois pontos apenas e procure medir o longo caminho que vai de zero a ene. Aposte, participe, resolva; depois, se quiser, acorde.
Sobre a encenação
Seria impossível até para o melhor dos grupos explorar toda a potencialidade e possibilidade existente dentro do texto de Wehbi. O autor estabeleceu um texto único que possibilita infinitas leituras. Mas através de um extenso dossiê que realizamos a respeito das montagens nacionais deste texto, percebemos que seria um erro se deixar levar pela primeira idéia.
O texto requer muito mais atenção e um mergulho muito mais profundo do que aparenta. Algumas perguntas dominaram os nove meses de processo de pesquisa como: quem são esses seres do texto, zero e ene? O que são? O que querem? O que o autor procurava dizer por entre suas palavras?
Mais do que tentar solucionar as dúvidas, decidimos nos entregar à experimentação e tentativas. Aos poucos, com o auxílio de nosso questionador corporal Jhon Weiner, fomos entendendo o sentido de perseguição e dominação. Foi surgindo a peça, cenas foram sendo concluídas, avanços registrados. Nossa preocupação era realizar um espetáculo 'de pesquisa' que tivesse força para formação de público e emanador de diálogos sobre a arte teatral.
Durante o período de pesquisa, tivemos que nos adaptar ao fato de não termos muita gente na equipe. Como criar, em dois participantes, exercícios de integração, improvisação, encenação e criação de personagem. Como se auxiliar? Como se dirigir? Assim, o Coletivo Três Marias vai criando sua linguagem, seu jeito de jogar teatro, de atuar no espaço do ensaio e do palco, integrando seus participantes, levando-nos ao jogo teatral.
O espaço delimitado, as luzes próximas e escuras, o cenário simples e o jogo com as palavras são características do mergulho realizado nas ideias do autor. A encenação decidiu tentar não esconder nada do público, deixar claro que se trata de uma peça de teatro. Assim, os espectadores presentes poderão se sentir como co-autores da obra, atuando ativamente como público. Sempre ao final de cada apresentação será feita uma roda de bate-papo com os presentes para discutir e dialogar o teatro. (Com informações da assessoria de imprensa do espetáculo)
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