Geovane Serafim do Rego, de 28 anos, estuda Engenharia Civil na Universidade de Brasília (UnB). Estefani Pauline Santos da Silva, 17 anos, está no terceiro ano do Ensino Médio. Rafaela Giavoni, de 14 anos, está no nono ano do Ensino Fundamental. Todos eles estudaram empreendedorismo na sala de aula e afirmam que o contato com a disciplina fez diferença no modo como pensam hoje sobre o futuro profissional.

Geovane nunca pensou em ser empresário até frequentar a disciplina Introdução à Atividade Empresarial, oferecida pela UnB em parceria com o Sebrae. A matéria é optativa. Estudante do nono semestre, ele já sonha em abrir um negócio do ramo da construção civil, assim que se formar. “Preciso me capitalizar primeiro. Mas, descobri que tenho perfil empreendedor. E vou investir nisso, com determinação”, afirma.

Geovane entrou na universidade no curso de Física, porém percebeu uma oportunidade de mercado no setor de construção civil e mudou para Engenharia Civil. Ele não se arrepende. “A Engenharia agregou muitos aprendizados. E a disciplina do empreendedorismo me trouxe ainda mais ensinamentos. O planejamento das ações é fundamental”, diz.

Disciplina de Empreendedorismo nas universidades
É a adoção da disciplina de empreendedorismo nos currículos de cursos de graduação nas instituições de Ensino Superior. O Sebrae capacita os professores para que possam ministrar as aulas. O objetivo é propiciar aos alunos uma nova perspectiva ao deixar a Academia, além de terem um importante diferencial no mercado de trabalho. Desde 2010 é aplicado em São Paulo, em cerca de 50 instituições. Aproximadamente 700 professores foram capacitados. Cerca de 21 mil alunos já cursaram a disciplina e, até o final do ano, estará disponível para instituições de Ensino Superior de todo o país.

Mudança de Profissão
Fórum, processos judiciários e uma faculdade de Direito estão cada dia mais distantes da realidade da jovem pernambucana Estefani Pauline Santos da Silva, de 17 anos. Desde que participou, em 2012, do Programa Economia Pessoal, da Junior Achievement, parceiro do Sebrae, ela sonha com o mundo dos negócios. Estefani pretende abrir uma empresa assim que completar 18 anos.

Comunicativa, a estudante do Ensino Médio diz que gosta de vender e lidar com o público. E afirma que o programa fez com que percebesse a existência de outras formas de mercados de trabalho, além do caminho tradicional de seguir carreira como funcionária de uma empresa ou de um órgão público, por exemplo.
O pai de Estefani é dono de um empreendimento que vende baterias para motos, carros e caminhões em Igaraçu, a 30 km de Recife (PE), onde moram. “Apesar de ter o exemplo do meu pai em casa, achava que faria a faculdade de Direito e, depois, concurso. Mas, agora,
estou cada vez mais envolvida com a ideia de ser empresária. Tenho me espelhado no meu
pai e na empresa dele e tenho gostado disso”, ressalta a adolescente.

Programa Miniempresa
É aplicado pela Junior Achievement em parceria com o Sebrae em todo o mundo para jovens do segundo ano do Ensino Médio. Em 15 semanas, os estudantes são estimulados a criar uma empresa e, acompanhados por consultores especializados, praticam os fundamentos da economia de mercado e da gestão empresarial. Mais de 6,5 mil estudantes já participaram.

Primeiros Passos
Na opinião da brasiliense Rafaela Giavoni, estudante do nono ano, de 14 anos, o contato com o mundo dos negócios dentro da sala de aula foi excelente para sua formação como cidadã. Ela, que nunca tinha pensado em ser empresária, já vislumbra abrir uma loja ou restaurante.
“Aprendi a pesquisar preços, não gastar dinheiro à toa, e técnicas do comércio para persuadir o cliente”, observa. E completa: “Se todos os brasileiros tivessem noções de educação financeira na escola, não havia tanta gente endividada”, ensina.

Da mesma turma, João Pires, de 13 anos, é só elogios para o projeto Jovem Empreendedor Primeiros Passos (JEPP), do Sebrae. De acordo com ele, o projeto aproximou o grupo. Mas, segundo João, o maior legado foi ter decidido a carreira que vai seguir. “Antes tinha vontade de cursar Administração de Empresas, agora tenho certeza de que é o curso certo para mim. Meu pai é empresário do setor de mineração e descobri que eu também tenho talento para o mundo dos negócios”, revela.

Jovens Empreendedores Primeiros Passos – JEPP
Curso presencial que capacita os professores o ensino formal para que vivenciem com os alunos comportamentos empreendedores. Tem como objetivo disseminar a cultura empreendedora entre os jovens de seis a 14 anos. A metodologia é composta por jogos, dinâmicas de grupo, exercícios e pesquisa intra e extraclasse, com temas adequados para cada faixa etária. (Agência Sebrae de Notícias do Tocantins – ASN/TO)