O governo goiano anuncia, nesta terça-feira, dia 16, incentivos fiscais para a implantação de Parques Tecnológicos em Goiás. A política de incentivos estaduais para os Parques Tecnológicos credenciados no Programa Goiano de Parques Tecnológicos (PGTec) será apresentado junto ao projeto do Parque Tecnológico de Anápolis, o primeiro credenciado no PGTec, e o primeiro da região Centro-Oeste. O secretário de Ciência e Tecnologia, Mauro Faiad explica ao Goiás Agora como será desenvolvida a dinâmica do projeto.
Que tipo de incentivo será dado para a construção dos parques tecnológicos?
MF – Quero pontuar que um parque tecnológico é uma ação muito importante para o crescimento de Goiás em longo prazo, porque permite a convivência em um mesmo ambiente de empresas inovadoras com universidades, com instituições de ensino e pesquisa, ou seja, é um ambiente que “respira” inovações tecnológicas. Ao mesmo tempo é uma ação muito complexa, haja vista que o Centro-Oeste brasileiro não possui nenhum parque tecnológico atuando até o momento. Goiás terá o primeiro parque tecnológico do Centro-Oeste brasileiro localizado na cidade de Anápolis.
A que o senhor atribui esse pioneirismo?
MF – Nós creditamos esse pioneirismo ao modelo que foi adotado no parque de Anápolis, onde o investimento imobiliário, a exemplo do que ocorre hoje em São Carlos (SP), fica a cargo do setor privado. Isso dá mais agilidade e mais mobilidade ao Parque Tecnológico, porque a área do parque pode ser dada como garantia na alavancagem de recursos financeiros junto ao BNDES, ao FCO e assim por diante.
De que forma os parques tecnológicos poderão usufruir dos benefícios concedidos pelo Estado?
MF – Para que o parque tecnológico usufrua dos benefícios estaduais, ele tem de estar credenciado junto ao Programa Goiano de Parques Tecnológicos (PGTec), lançado pelo governador Marconi Perillo em 2011. Se o parque for credenciado dentro deste programa, ele passa a ter direito aos benefícios que serão anunciados também pelo governador na próxima terça-feira, dia 16.
O que um parque tecnológico precisa ter para conseguir credenciamento junto ao PGTec?
MF – Para que um parque tecnológico consiga o credenciamento junto ao PGTec, precisa cumprir uma série de exigências. Para que o parque cumpra o que está determinado pelo PGTec, ele tem que doar áreas para universidade e instituições de ensino e pesquisa, tem que ter área de preservação ambiental, precisa possuir empresas inovadoras (empresas âncoras) e tem que ter um grupo gestor sem fins lucrativos. No caso de Anápolis, nós ficamos muito felizes porque o grupo gestor escolhido pelo parque é a Fundace, uma entidade de alta reputação ligada à Universidade de São Paulo (USP). �
O que podemos esperar desse parque tecnológico de Anápolis?
MF – Estamos muito otimistas, temos a plena convicção de que esse parque será uma referência nacional enquanto parque tecnológico, porque ele conjuga todos os elementos necessários para o sucesso. Ele está instalado em uma cidade que possui o maior parque industrial do Centro-Oeste brasileiro, que é Anápolis. Além disso, tem o pleno apoio do Governo Estadual e da prefeitura de Anápolis, o prefeito Gomide a todo instante foi muito receptivo. O governo federal está lançando uma série de recursos para parques tecnológicos, os empresários que atuarão nesse parque são empresários de ponta em Goiás, que fizeram investimento imobiliário, e o grupo gestor é da mais alta qualidade, ou seja, todos os elementos apontam para que Anápolis tenha um parque tecnológico referência no nosso País.
O que haverá nesse parque e por que a escolha de Anápolis para sediar o primeiro parque?
MF – A escolha não foi do governo, mas sim de empresários que escolheram Anápolis para fazer um investimento imobiliário onde será implantado o parque. A cidade foi escolhida porque ali está o maior parque industrial do Centro-Oeste, a cidade tem logística espetacular, está localizada no eixo Goiânia-Brasília, o terceiro principal eixo nacional. Além disso o entroncamento ferroviário do município está prestes a ser concluído, temos o porto seco e temos um aeroporto de cargas que está sendo construído. Por todos esses motivos era muito previsível que Anápolis fosse escolhida, além disso a cidade tem sede da UEG, tem a Unievangélica, e sedes da UFG e PUC (GO), ou seja, trata-se de uma série de fatores que apontaram Anápolis para sediar o primeiro parque tecnológico do Centro-Oeste brasileiro.
Qual a importância desse parque em Anápolis, qual o grande ganho para aquela região?
MF – São empresas inovadoras e de grande base tecnológica. Isso melhora a qualidade dos empregos, dos produtos, e dos processos produtivos, o que faz com possamos ter produtos inovadores, com tudo isso o impacto para a economia goiana será muito grande, além disso teremos a grande quantidade de mão de obra qualificada, de talentos mesmo. Diante de tudo isso, Goiás vai ser olhado sob o ponto de vista do Estado que “transpira” inovação tecnológica e o campo mais próprio para a inovação tecnológica é dentro, obviamente, de um parque tecnológico, onde ocorre a conjunção entre universidades, pesquisa e setor privado. Eu diria que o parque tecnológico cumpre a grande missão de aproximar o setor produtivo da academia e da pesquisa.
O parque tecnológico de Anápolis foi o primeiro credenciado pelo PGTec. A ideia é incentivar esses centros também em outras regiões do Estado?
MF – Sem dúvida, nós já temos propostas para Itumbiara, na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e também já temos propostas para um parque tecnológico público em Aparecida de Goiânia, que em breve deverá pedir seu credenciamento junto ao PGTec. Além do parque da UFG, cujas tratativas, para que faça parte do PGTec, já estão bastante avançadas. Acredito que temos chances de até 2014 termos criado pelo menos dois parques tecnológicos ou até mais em Goiás, embora o processo de instalação seja demorado. Um parque para se consolidar leva anos e às vezes décadas.
Fonte: Goiás Agora