Tocantins

O primeiro campeão de Barretos foi tocantinense

Foto: O Diário de Barretos
Ditinho e Petito: Ditinho antes de falecer

Da Redação
Leonardo Maximiano


Reconhecida internacionalmente, como o mais antigo e maior evento de rodeio da América Latina, a Festa do Peão de Barretos, completou em 2011, 56 anos, reunindo todos os anos atrações culturais, esportivas e gastronômicas, em um complexo de 2 milhões de metros quadrados.

A história de Barretos se confunde com o rodeio brasileiro. Até 1955, Barretos era uma pacata cidade que tinha na pecuária sua principal atividade econômica. Passagem obrigatória dos "corredores boiadeiros", como eram conhecidas as vias de transporte de gado entre um estado e outro, Barretos era sede também do Frigorífico Anglo, instalado em 1913 e de propriedade da família real inglesa, suas instalações lembram uma autêntica vila inglesa.

Era na época o maior da América Latina. Mas eram os peões das comitivas, que reunidos para descansarem, acabavam criando mil maneiras para se divertirem. E como não podia deixar de ser, nestes encontros tentavam mostrar suas habilidades na lida com o gado. Nesta época era frequente em Barretos a vinda de dançarinas de cabarés franceses para entreter fazendeiros e os peões de comitivas.

Em um sábado de 1947, na quermesse realizada pela Prefeitura Municipal de Barretos, na praça central da cidade, acontece o primeiro rodeio do país, realizado dentro de um cercado com arquibancadas.

Nesta 1ª grande Festa, que só foi retomada em 1955, os campeões passam despercebidos pela grandiosidade do que se tornou hoje a Festão do Peão de Barretos. Os seus nomes entram aqui nesta matéria para preencher uma lacuna imensa nesta história de sucesso do evento. Ditinho do Moura ( Benedito Maximiano da Silva) e Petito ( Venício Rodrigues) estes foram os primeiros campeões do evento. Ditinho era bisneto do coronel Antônio Marcolino Ozório de Souza, primeiro chefe político de Barretos, mas sua trajetória passou de tropeiro de bois a fazendeiro no Tocantins, estado por onde mais de 40 anos morou e construiu a vida até seu falecimento. Ditinho faleceu sem poder entrar mais uma vez na arena que ele tanto adimirava.

Ditinho sabia de cor o nome de toda a turma de velhos companheiros que fizeram a primeira festa de Barretos. Junto com ele e Petito estavam: Negrão do Amélio, Orlando Casemiro, Theorilo Sabino, Cazuza, Pedro Taquara, Elisto, V8 e José pequeno.

Petito e Ditinho foram os melhores e para consagrar o feito acabaram tirando uma foto sujos ainda da refrega dos pulos, cumprimentando-se.
A vida foi difícil depois desta época, o tocantinense (de coração) era o único ainda vivo dos dois grandes, já que depois de uma queda de cavalo e ter ficado paraplégico, petito acabou tirando sua própria vida.

E em 1955, nasceu numa mesa de bar, OS INDEPENDENTES. Um grupo de rapazes solteiros ( Ditinho já havia se casado e por isso não participou dos Independentes) e auto suficientes, como era a regra, ligados a agropecuária local, teve a idéia de promover festas inspiradas na lida das fazendas, com o objetivo de arrecadar fundos para as entidades assistenciais da região. Um ano depois, em 1956, foi lançada a 1ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos sob o comando dos Independentes.

Fonte: Bié Junqueira, jornalista e historiador de Barretos. Edgard Maximiano, filho de Ditinho.
 

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