A influência de amigos é o fator principal para o uso de drogas por crianças, adolescentes ou jovens. Foi o que constatou uma pesquisa realizada pela Unitins - Fundação Universidade do Tocantins e que está publicada no livro digital “O complexo universo da dependência química”. A publicação, lançada nesta quarta-feira, 20, traz, além da pesquisa, artigos de professores e pesquisadores da Unitins na área de assistência social. Durante o lançamento, a superintendente de Ação Sobre Drogas da Sejudh – Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, Magda Valadares, palestrou sobre a problemática das drogas e como o poder público Estadual vem atuando no combate e prevenção à dependência química. O livro digital está disponível no site da universidade (www.unitins.br).
Para o vice-reitor da Unitins e um dos organizadores do livro, Fernando Spanhol, esse é o papel da universidade. “Gerar conhecimento para resultar em ações benéficas para sociedade. Contando ainda com a participação dos alunos na contribuição para erradicação desse problema”, disse ele.
De acordo com a professora do curso de Serviço Social e diretora de EaD da Unitins, Alessandra Ruita, a intenção é que o material possa ser disseminado, promovendo redes que despertem a prevenção e o combate às drogas. Segundo Magda Valadares, é importante contar com a colaboração da universidade no processo de levantamento de dados, que é fundamental para elaboração e execução de ações.
A pesquisa foi feita nos municípios de Araguatins, Araguaína, Guaraí, Gurupi, Dianópolis e Palmas por acadêmicos do curso de Serviço Social, sob a supervisão de assistentes sociais da Unitins, por meio de um projeto universitário em cooperação com a Seduc - Secretaria Estadual da Educação, com apoio das secretarias estaduais da Justiça e dos Direitos Humanos e da Saúde. O projeto, que também deu origem aos artigos que compõem o livro, capacitou 200 professores da rede estadual de ensino e profissionais de saúde do Tocantins.
O levantamento demonstrou o conhecimento que pais, professores, adolescentes e jovens das cidades pesquisadas têm sobre a dependência química. 1.030 pessoas foram entrevistadas, sendo 291 pais, 642 alunos e 97 professores. Das drogas lícitas mais consumidas no setor onde moram, em primeiro lugar está o álcool, seguido pelo cigarro. E, entre as ilícitas, o crack foi o mais citado.
O local de uso das drogas mais apontado foram as ruas, seguido das praças. Mais da metade dos entrevistados citou a Polícia Militar como órgão fiscalizador no combate às drogas. Em relação a informações sobre o uso das drogas, a maioria respondeu que recebia informações por meio da televisão e de reportagens jornalísticas. Os programas de atendimento aos dependentes químicos ofertados mais citados foram o Proerd - Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, da Polícia Militar, a Fazenda da Esperança, e o CAPs – Centros de Apoio Psicossocial. E a influência de amigos foi apontada como o fator principal para o uso de drogas por crianças, adolescentes ou jovens.
Além disso, 69% dos informantes não presenciaram venda ou compra de drogas em locais que costumam frequentar. Para os pesquisadores, isso pode evidenciar que essas transações são realizadas geralmente às escondidas. De acordo com eles, os dados levantados com a pesquisa podem embasar a promoção da integração de políticas de prevenção e combate ao uso indevido de drogas, também ao desenvolvimento de ações articuladas para a diminuição de fatores de risco, ações de redução de oferta de drogas e fortalecimento de fatores de proteção para melhorar a qualidade de vida dos tocantinenses. ( Com informações da Unitins)