Graduação

Programa Mais Médicos: UFT vê ganho social, mas defende análise das propostas

 

A proposta de instituir um segundo ciclo de formação nos cursos de graduação de Medicina no Sistema Único de Saúde (SUS) tem ganhado repercussão em todo o país e, principalmente, nas universidades, entidades e entre profissionais da medicina. De acordo com a Medida Provisória do Governo Federal, a partir de 2015, o estudante, para ter o diploma, terá de atuar por dois anos em unidades básicas e na urgência e emergência do SUS. A iniciativa que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e pelo Conselho Nacional de Educação foi anunciada nesta segunda-feira (08), pela presidenta da República, Dilma Rousseff e pelos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, para o lançamento do programa Mais Médicos para o Brasil.

De acordo com o coordenador do curso de Medicina da UFT, professor Paulo Geovanny Pedreira, como medida social, a UFT entende que as propostas do programa são boas, mas "demandam uma análise mais detalhada das implicações". Ele diz também que será necessário o aumento quantitativo e qualitativo de preceptores (pessoas responsáveis na área médica por conduzir e supervisionar, através de orientação e acompanhamento, o desenvolvimento dos médicos residentes nas especialidades de um hospital) para o acompanhamento dos estudantes. Atualmente são 480 alunos no curso de Medicina da UFT, sendo que a primeira turma da graduação, 36 acadêmicos, forma agora no mês de agosto. A Universidade ainda tem 56 médicos residentes.

O coordenador ainda observa que o Conselho Nacional de Educação (CNE) ainda vai se manifestar sobre a proposta de mudança, por meio da Diretrizes Curriculares Nacionais. Já o presidente do Centro Acadêmico (CA) de Medicina, Anselmo Fernandes, acredita ser um retrocesso para o país, a alteração na grade curricular da graduação e cita o Internato Rural como exemplo de como o aluno pode ter acesso à realidade dos pequenos municípios. “Esse internato consiste no acadêmico de medicina ficar seus últimos meses de formação nas cidades do interior tendo conhecimento e contato com a realidade do interior”, argumenta.

Internato Rural - Sobre o envio de estudantes de Medicina às cidades do interior do Brasil, a UFT já realiza o programa Internato Rural - atividade que faz parte da grade curricular e representa uma oportunidade importante para o aluno aprender a atuar como profissional da Medicina, vivenciando a realidade dos pequenos municípios. Os alunos desempenham atividades inerentes ao acadêmico de Medicina sob supervisão e com auxílio do Telessaúde (projeto que usa de modernas tecnologias de informação e comunicação para desenvolver ações de apoio à assistência à saúde). O Internato Rural tem duração de quatro meses, e já está presente em Peixe, Colinas, Divinópolis, Miracema e Miranorte. Pedreira informou também que já existe convênio firmado com as prefeituras de Xambioá, Natividade e Ananás. "Outras cidades estão sendo visitadas para também participarem do Internato", afirmou. A meta do curso de Medicina é enviar estagiários a 12 municípios, até o fim de 2013.

Programa Mais Médicos - Prevê a abertura de 12.372 vagas de residência médica para fixar profissionais no interior do país, nas áreas básicas de clínica médica, cirurgia-geral, ginecologia-obstetrícia, pediatria e medicina de família e comunidade, além das áreas prioritárias do SUS. A intenção do Governo Federal é abrir novas vagas em 117 municípios brasileiros. O projeto tem como objetivo desconcentrar a oferta de cursos de medicina no Brasil e dar prioridade a regiões mais carentes, como Norte e Nordeste. Até 2017, o Ministério da Educação pretende criar 11.447 vagas de graduação em cursos de medicina, sendo 3.615 em universidades federais e 7.832 em instituições particulares. (Com informações do Ministério da Educação) Por José Filho-UFT

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