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Uniesp: alunos querem sair mas não conseguem

 

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi palco, em 13/05, de mais uma audiência pública para discutir as denúncias contra o grupo Uniesp. O debate foi convocado pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) e teve participação de professores, alunos e representantes da empresa.

“Aqui ninguém tem dinheiro para pagar faculdade. É um abuso aos nossos sonhos: desde o primeiro contato, são as várias mentiras da Uniesp”. O desabafo é de uma aluna que deseja deixar a instituição. O relato dela é semelhante ao de outros estudantes que participaram do evento.

No Tocantins a Uniesp e detentora da FIESC em Colinas do Tocantins

Muitos querem continuar estudando em outra faculdade, mas não conseguem liberação dos papéis ou tem dívidas impagáveis. Veja algumas das queixas feitas na audiência:

- Estuda em um curso, mas é matriculado em outro;

- Inscrição no Fies (via banco) sem ter feito a matrícula;

- Cobranças abusivas;

- Falta de atendimento;

- Retenção de documentos necessários para a transferência

A “Uniesp paga”?

Em fevereiro de 2012, a Fepesp denunciou à imprensa que o grupo Uniesp prometia pagar a dívida com o governo federal dos alunos que se inscrevessem no Fies. O ‘Uniesp paga’ inventado pela IES foi alvo de reportagem da Folha de São Paulo e desperta a desconfiança e raiva dos estudantes.

Na época, a empresa emitia um ‘certificado’ com exigências subjetivas que o aluno deveria cumprir para que o financiamento fosse pago. “Cadê o documento de fiança? Se o aluno não pagar, quem paga? E o que é ‘excelência acadêmica’, na visão da instituição”, questionou Celso Napolitano, presidente da Fepesp, presente à audiência.

Apesar do Ministério Público Federal (MPF) ter assinado com a Uniesp, em 16/04, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o documento não deixou os estudantes mais calmos: eles não sabem que alcance ele terá sobre os problemas citados acima.

O diretor do Sinpro São Paulo, Vadão Gomes, lembrou que, na região de Presidente Prudente, a empresa descumpriu um TAC assinado com o Ministério Público do Trabalho. O TAC tinha a intenção de pôr fim aos problemas que enfrentavam os professores e técnicos. A empresa descumpriu os compromissos, originando ações de cobrança das multas a partir de 2008.

Atualmente, segundo Vadão, só o Sinpro move 40 ações trabalhistas individuais contra a IES. Elas tratam de verbas rescisórias não pagas, FGTS e multa dos 40% não pagos, multa no atraso da homologação e multa por atraso no pagamento das verbas rescisórias.

Uma outra ação, coletiva, já foi ganha, com valor de R$ 1,3 milhão. Ela cobra o pagamento de valores salariais do período entre 2002 e 2006 quando a instituição não concedeu integralmente os reajustes obtidos em Campanha Salarial.

Todo o conteúdo da audiência do dia 13 será enviado pelo deputado ao Ministério da Educação (MEC), o MPF, o Ministério Público Estadual e a presidenta Dilma Rousseff. São também signatários do TAC assinado em abril o MEC e o FNDE. O parlamentar também irá expor os problemas na Comissão de Educação da Alesp.

“Não recomendado”

Uma lista diversificada de reclamações de estudantes contra a Uniesp aparece todos os dias na página do Reclame Aqui. Desde a primeira manifestação, em 2012, a instituição foi alvo de 455 queixas.

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