Aconteceu na manhã do dia 28, no auditório do Bloco IV da Universidade Federal do Tocantins, a primeira de uma série de conversas sobre o futuro do Vestibular na instituição.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio da Costa.participou de reunião conjunta do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e do Conselho Universitário (Consuni) com o objetivo de apresentar à comunidade acadêmica um panorama sobre o ingresso nas universidades brasileiras e esclarecer dúvidas sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Em sua explanação sobre o tema, Luiz Claudio relembrou um pouco sobre a história da educação brasileira e mostrou os indices que hoje observamos como fatores indicativos da situação educacional do ensino superior no país.
Em 2002 o número de estudantes no ensino superior era de aproximadamente 3 milhões, número que em 2011 chegou à 7 milhões. Desta forma podemos perguntar: qual a forma mais democartica de ingresso no ensino superior público? Lembrando que a vaga é um bem público e deve ser tratado como tal.
Segundo o reitor da UFT, Marcio Silveira, o panorama das universidades brasileiras precisa ser apresentado, a qualidade do aluno que ingressa no ensino superior é fruto da qualidade do ensino médio e esse cenário é nacional. A UFT como instituição tem que contribuir para o desenvolvimento da educação municipal e estadual, este papel lhe faz parte no processo de formação.
A vice-reitora, Isabel Auler acompanhou a fala do reitor explanando sobre a atual forma de ingresso na Universidade. A UFT já disponibiliza 12,5% das vagas dos cursos de graduação para o Enem e o Sisu, além reservar percentual igual de vagas do Vestibular para a aplicação da Lei de Cotas (12.711/2012) e mais 5% para a etnia indígena.
"Educação não é produto, é serviço social e tem que ser prestado com qualidade", Luiz Claudio |
Para o Inep esta data de 27 de Agosto além de coincidir com o aniversário de 1 ano da Lei de Cotas, é um marco importante frente a educação, pois ao iniciar um debate deste porte em uma instituição com a qualidade da UFT, quem ganha é a educação e por consequência os alunos.
Ao falarmos de Educação no Ensino Superior temos que atentar que na faixa etária de 18 a 24 anos, temos hoje, 17,6% de ingressos e já formados, mas o PNE estabelece que este número deve chegar a 33%. Então como colocar de 3 a 4 milhões a mais de pessoas no ensino superior? O vestibular por si só já é o elemento mais excludente do processo. Uma única inscrição, para um único curso com um número x de vagas. O processo Enem/Sisu oferece hoje uma inscrição para 3.700 cursos com 130 mil vagas, isso é democratizar a educação afirma Luiz Claudio. Não vou contra o vestibular, de maneira alguma, os vestibulares das Federais assim como na UFT são muito bem executados, com qualidade e excelência, afirma Luiz.
Percentual 18-24 anos
1997 | 2011 |
Brasil 7,1% | 17,6% |
Norte 3,6% | 11,9% |
Nordeste 3,4% | 11,9% |
Sudeste 9,3% | 20,1% |
Sul 9,1% | 22,1% |
Centro-Oeste 7,3% | 23,9% |
"A UFT precisa discutir o sistema de ingresso que vai adotar nos próximos anos, os impactos do Sisu, as vantagens e desvantagens de manter o Vestibular, para que assim possa tomar essa decisão de maneira segura, tranquila e democrática", afirma o reitor, Márcio Silveira.
"Esta será apenas uma primeira etapa da discussão, para posterior deliberação", completa a vice-reitora, Isabel Auler.